Ode a um jardim à beira-mar plantado

Não se trata aqui de um exercício literário, muito menos de carácter poético, embora se possa considerar de inspiração poética o jardim de que se vai tratar.

Fã de “com-certezas” e de histórias sobre factos reais e da constatação na realidade daquilo aprendido em teoria, sou desde tenra idade fascinada por paisagens, desde que as aprendi na instrução primária. Poder viajar pelo país, e nem é preciso ir muito longe, possibilita a visualização dos vários tipos de paisagens existentes. Tantas são as coisas que aprendemos e não se concretizam ou que meramente podemos imaginar (mesmo havendo imagens nos manuais escolares) e no entanto ali estão eles, os caos de blocos de que os livros tratam, as diferentes culturas entre regiões, o gado que pelo meio pastoreia, os diferentes estilos de casas! As montanhas, os planaltos, os diferentes tipos de árvores, mais altas ou mais baixas conforme o clima da região! Está tudo ali! Saltou dos livros e existe na realidade!

E as estações? Ai as estações!!! A mesma estrada, o mesmo caminho, seja nacional ou auto-estrada, por mais vezes percorridas SEMPRE diferentes! Porque agora floresce um arbusto, ora agora é uma árvore, os tons vão mudando de pardo, a verde, a amarelos e roxos, do nada a completamente exuberante! As mesmas trilhas, as mesmas viagens, não maçam, não enchem, são sempre diferentes! A natureza permite-nos tudo, até vê-la renascer, ver como do chão calcinado dum incêndio se renascer e renova, novas espécies surgem, a paisagem muda, ou apenas recupera da agressão que sofreu – mais uma vez a concretização, a constatação na realidade, daquilo que se conta nos livros e nos parece longe da nossa realidade.

E em tão pequenino jardim à beira-mar plantado tanta tanta variedade é possível ver acontecer! Quer se vá de cima a baixo, do litoral ao interior ou se faça uma diagonal, É SEMPRE DIFERENTE!

O nosso país é incrível! Com microclimas e paisagens geológicas tão diferentes e hábitos e costumes nascidos da comunhão com cada terra, do aproveitar o que a natureza nos dá em cada sítio! Ah!! E os cheiros maravilhosos, a primavera a despontar todas as flores, ou o verão a exalar o calor da terra, e o outono com a frescura húmida das folhas e o inverno, quiçá a ausência do cheiro para o valorizarmos quando a primavera no-lo dá de novo…

Tive o privilégio de há 30 anos atrás fazer uma viagem aos Estados Unidos. Viajamos de carro através da Florida e, apesar do cheiro maravilhoso foram horas e horas e horas de laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras….

Laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras, laranjeiras!!!!

Em metade desse tempo estava o nosso país atravessado e umas quatro paisagens diferentes desfiladas pelos nossos olhos!

E tanto tanto para descobrir! Cantinhos e recantos, esculpidos pela natureza ou pelo homem, do interior ao litoral; praias, cachoeiras e dunas; serras, montanhas e vales; aldeias, vilas e cidades; gentes diferentes e diferentes espécies locais; gastronomia, não esquecer a gastronomia – é tudo de absorver e chorar por mais!!!

Uma ode a Portugal, um jardim à beira-mar plantado, talvez mais digna do dia do dito cujo, mas que a primavera fez exaltar, com dias quentes e perfumados que convidam a sair e ir conhecer.

Grava tudo na memória, interna e digital, enche a alma e o disco externo, para mais tarde recordar!

Be your self – Be your best – Enjoy yourlife

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Uma resposta

  1. […] no exterior – para interior bastou o inverno!   Muito já temos dito sobre caminhadas e paisagens, sair do nosso canto, ir conhecer, mas neste nosso maravilhoso país há sempre muito por onde […]

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