História de um amor de cão – porque não é cliché nem é repetição

História de um amor de cão
– porque não é cliché nem é repetição –


Hoje temos um daqueles dias em que me debato quanto a tema para escrever: se procuro um tema ou se escrevo sobre a falta de tema! Andei pelos caminhos do familiar, do que aquece o coração, resolvi escrever sobre a minha cadelinha que na realidade é enorme e no amor que lhe tenho e no amor que me dá, simplesmente por se deitar tão encostadinha a mim. Ao longo da minha vida adulta vários patudinhos entraram no meu coração, uns por mais tempo, outros por menos, uns debaixo do meu teto, outros debaixo de outro teto que também me acolheu, alguns até os vi nascer e cuidei como se meus fossem, todos diferentes na sua personalidade, todos iguais na sua dedicação. Mas a Delfina é diferente. Não sendo suposto vir parar cá a casa, pois já tínhamos peludos que chegasse cá no jardim zoológico, após ser recolhida hipotérmica e sem reação e ao fim de uma semana sem ninguém a ter acolhido, lá veio “passar o fim de semana” e cá ficou para nos encher com toda a sua doçura. Para ela está sempre tudo bem, raramente se chateia, mesmo que nos deitemos em cima dela! De início encontrou residência permanente junto da cria humana mais velha, ambos quase com o mesmo tamanho enroscados numa cama de solteiro! A Del é MUITO friorenta!! Depois, quando a cria mais velha partiu para outros voos, ficou a Delfina algo triste e perdida – partia-me o coração. Bichinho que adora gente, só quer mimos e festinhas, mesmo de estranhos, esperava muito triste por cada regresso do seu dono… De coração também partido – a vida dá muitas voltas por mais que nos dediquemos – chamei a Delfina para o meu lado! E aí ficou: grandona e quentinha, cheia de amor dedicado, só com sua presença encostada foi compondo o coração (é que eu cá, apesar de tudo, não sou muito de beijos de cão, prefiro os encostos abraço sem exigência de retribuição). Minha Del está ficando velhinha. Bem, pelo menos está a perder a visão. E embora o nosso amor não seja exuberante (como o de outra nossa patuda que por vezes não deixa respirar de tão colada a nós) apanho-me a pensar que será de mim quando a perder… é que o problema com estes filhos não biólogos é que não sobrevivem aos pais e na nossa existência acabámos por sofrer a perda de muitos deles… lá vem o cliché: só quem liga ao veterinário e diz “daqui fala a mãe da Katy e da Maggie” (patudinhas anteriores) ou leva os filhos ao veterinário e os cães ao pediatra, é que percebe o que é ter filhos peludos que passam brevemente pela nossa vida deixando tão grande marca… Ou pela inteligência de ir chamar alguém a nosso pedido reconhecendo os nomes (Becky) ou pela dedicação feroz a um membro da família (Jack) ou pela personalidade aventureira de liderar sempre o caminho mesmo não o vendo por estar cega (Katy) ou pela sua fragilidade e candura (Maggie) ou pela preocupação constante com o “rebanho” fazendo rondas por todos os quartos durante a noite (Gigi) ou pelo amor doce e tão grande e tão puro que nos dá (Delfina), todos deixam uma marca indelével! Todos diferentes mas todos iguais na sua dedicação. Nenhum outro patudinho irá preencher o seu lugarzão no meu coração, apesar de certamente vir a haver lugar para outros amores peludos, mas a coisa é mesmo assim: um coração cheio de buraquinhos com pêlo e amor à mistura… Bem, vocês desculpem-me… estou mesmo a precisar dum encosto peludo… volto para a semana. Fiquem bem. Be your Self – Be your Best – Enjoy your Life!

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Uma resposta

  1. […] como um cachorrinho, e que podes usar quando te falta o encosto-abraço, não podes estar no Zoom com o teu chefe sem um bom par de meias fofinhas! Ou como nos últimos […]

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