De Cristo a Harry Potter, um pouco de tudo ou a Véspera do Dia de Reis!

Riquezas se esperam, vindas de longe, nesta que é a Véspera de Reis! Tal como o nascimento de Cristo, aqui se festeja também um momento especial. Aquele em que em sua homenagem, muitos viajam de longínquas paragens, incluindo três grandes Reis, com ofertas que humildemente lhe colocam em frente da manjedoura como agradecimento pelos sacrifícios futuros…. Reis e pastores, prestando vassalagem a um menino-bebé de quem se espera grandes feitos – isto já me faz lembrar um outro menino em quem se colocavam todas as expetativas – me perdoem os fãs de Harry Potter pelo paralelismo. Mas parece realmente haver uma coincidência recorrente, a de independentemente de raças ou estatutos, de tempos a tempos, todos descermos a um mesmo nível para nos prostrarmos em frente a um salvador, numa mudança de perspetiva sobre o que é realmente importante, fazendo tábua-rasa de regras e estatutos e imperativos em vigor até ao momento. Seja devido a um inimigo comum, conhecido ou ainda por chegar, seja por qualquer outra situação, a verdade é que todos descemos onde temos de descer quando constatamos que “valores mais altos se levantam”. E assim, no Dia de Reis festejamos essa descida de nível, esse prestar de vassalagem, que até aqueles de mais alto estatuto (Reis ou figuras de autoridade) se prestam fazer, perante a importância do salvador, seja ele Cristo ou Harry Potter, inocentes que ainda nem sabem o que os espera. Já agora, tanto se poderá falar sobre o que será crescer com tal fardo às costas como de vivermos da expetativa de que a solução dos nossos problemas – neste caso as riquezas – virão sempre do exterior (ou seja, fatores externos são sempre os culpados ou os solucionadores de todos os nossos problemas). Quanto ao fardo, pelos vistos, tanto quanto sei, Cristo lidou bem com o assunto – se bem que nada se sabe sobre os seus anos de adolescência – o que até pode ser algo suspeito… Já Harry Potter teve os seus momentos de dúvida, como seria de esperar, tanto quanto a se realmente seria, ou teria a fibra para ser, um salvador, como se era isso que queria para a sua vida – ser um herói tem os seus custos! Sacrificar-se pelo bem dos outros exige uma energia ou espírito de sacrifício fora de série, especialmente quando tal sacrifício não é valorizado ou reconhecido como tal (entramos pelo campo do “não fez mais do que a sua obrigação”). Por detrás do salvador não deixa de estar uma pessoa (real ou figurativa) por muito que achemos que nasceu salvador e essa é a sua essência, existência ou condição. Viver para cumprir as expetativas dos outros é realmente um grande fardo, a menos que se que interiorize a questão como uma missão e do seu cumprimento se tire a satisfação da realização pessoal. Mas seja, vejamos a coisa pelo lado “light”, pelo lado do espírito festivo, homenageando a grandeza do salvador pela medida da vassalagem que lhe é prestada pelas mais altas instâncias, neste caso os Reis, e pondo-nos no seu lugar, distribuamos riquezas a quem queremos bem e a quem mais amamos! Be your Self – Be your Best – Enjoy your Life!